A história de Alexandre Mattos

A história de Alexandre Mattos

Alexandre Mattos vem se tornando um ser mitológico no futebol brasileiro. Famoso por conseguir contratar jogadores com agilidade e renovar elencos, Mittos, como ficou conhecido, nem sempre teve uma vida fácil e viveu um drama pessoal antes de encontrar-se no mundo da bola.

Com exclusividade, o Olé do Brasil acessou o arquivo confidencial do gênio e conseguiu descobrir a história por trás da lenda.

Nascimento

Alexandre Mattos, o Mittos, contratou a vida em 1977, na cidade de Muzambinho, onde teve contrato até os 18 anos, quando foi para a capital mineira e fechou com a Universidade Estadual de Assinaturas, onde cursou Administração Contratual.

Infância

“Lêlê dos trambiques”, como era conhecido pelos coleguinhas, sempre se destacou nas negociações de merenda na escola. Segundo o apresentador Milton Neves, que estudou na mesma escola que Mattos em Muzambinho, o garotinho era sempre procurado pelos amigos que queriam negociar as merendas. “Minha mãe sempre colocava para mim 5 biscoitos água e sal, e eu odiava aquilo. Assim, eu procurava o Mattos no recreio e entregava os biscoitos para ele negociar. Em menos de 5 minutos ele já me trazia 2 biscoitos recheados. Eu ficava impressionado, pois mesmo sendo só dois biscoitos recheados, quando eu separava, davam 4 tampinhas de biscoito e ainda 2 recheios, ou seja, muito melhor que 5 simples biscoitos água e sal”.

Uma professora da época confirmou a história de Milton e complementou: “Lembro-me como se fosse ontem. O Alexandre era muito esperto. Ele pegava os 5 biscoitos água e sal do Milton e trocava só 4 pelos 5 pelos biscoitos recheados de uma outra coleguinha, a Maria Joaquina, que desde pequena se preocupava com a silhueta e preferia os quitutes mais lights. No final das contas, o Alexandre lucrava 1 biscoito do Milton e 3 recheados da Maria Joaquina. Sem contar o Ki-Suco de limão que ele levava e dava um jeito de trocar por um Tang de groselha”.

Parque de diversões

Quando criança, Mattos passava as férias na casa de uma tia, em São Paulo, pois adorava ir até a famosa rua 25 de Março, que para ele era melhor que a Disney.

Juventude

Mittos conseguiu seu primeiro trabalho aos 18 anos, em uma agência de empregos. Lá era responsável por contratar pessoas para todos os tipos de vagas. O sucesso foi estrondoso. No primeiro mês, o jovem “Lek Lek”, seu apelido na época, bateu o recorde de contratações da empresa e recebeu uma bonificação. Contudo, o que parecia bom, acabou prejudicando o talentoso rapaz. Todo o seu salário e o bônus foram gastos em segundos: ao sair da empresa, o jovem foi abordado por um vendedor, que questionou se Mittos queria comprar enciclopédias Barsa. Alexandre fechou o negócio na hora. Percebendo a movimentação, outro vendedor se aproximou e questionou se ele queria contratar a novidade do momento, uma linha de telefonia fixa. Mattos não pensou 2 vezes. “Lembro que formou uma fila perto do rapaz, eu estava lá para que ele contratasse um Carnê do Baú, mas tinha gente oferecendo tudo. Ninguém saiu de mãos vazias naquele dia. Eu não sabia que ele viraria este ótimo executivo do futebol, mas ali ele gastou tudo que tinha”, disse o ex-vendedor Silvio Abravanel.

Sorte e Azar

A vida de Alexandre Mattos mudou em 1997 quando contratou um vidente, três tarólogas, dois macumbeiro, seis ciganos e acertou os números da Mega da virada. O valor de diversos dígitos recheou a conta de Xandy, outro apelido de infância, mas transformou o jovem em um homem ambicioso: “Ele era muito competitivo. Se alguém falasse vou comprar um carro, ele ia antes e comprava dois, usando todo o dinheiro que ganhou. Era impossível. Ele comprava coisas que nem ia usar, só para ser o primeiro e nos dar um chapéu”, disse Modesto Junior, amigo de infância de Mattos.

Tratamento

Notando que havia algo diferente em sua maneira de viver e se relacionar, Mittos decidiu se tratar. Contratou um motorista jovem, promessa que hoje é campeão na Stock Car, e foi até o principal profissional da área de psicologia e… fechou contrato. Durante o tratamento, foi percebido o problema: Mattos não conseguia parar de contratar e dar chapéus. Passou a frequentar o CA, Contratantes Anônimos; e o ACA, Aplicadores de Chapéus Anônimos.

Entretanto, o tratamento psicológico havia falhado e Alexandre estava desesperado. Contudo, depois de dividir seus problemas com os grupos, Mittos tomou a melhor decisão de sua vida.

Futebol

Com a falha no tratamento, Mittos estava quase desistindo da vida e se tornando um Botafogo. Até que teve a idéia de partir para um mercado onde ele pudesse contratar à vontade. Fanático torcedor do Euller Futebol Clube, Mattos iniciou sua carreira assumindo a gerência da equipe, demitindo e contratando todo o time, só para testar e ver se gostava da coisa mesmo. E gostou. Passou pelo América-MG, chegou ao Cruzeiro, onde foi campeão e deu aproximadamente 12.893 chapéus (12.891 só no Atlético) e, hoje, brilha no Palmeiras. Pelo Verdão, foram 498 mil chapéus, aplicados em diversos times.

Hoje, Mattos consegue controlar a compulsão por contratações e aplica sua vontade de fechar negócios de forma racional, ajudando as equipes pelas quais passa a conquistarem títulos.

Hobby

Nem só de trabalho vive um homem. Nas horas vagas, Alexandre adora participar de leilões de gado, de arte e até da receita federal. Ali o executivo sai um pouquinho do mundo do futebol, sem deixar de praticar o ato de comprar e ao mesmo tempo dar o famoso chapéu, ao cobrir as ofertas de outras pessoas. “Gosto de dar minha oferta cobrindo a do concorrente na hora que o cara diz “dou-lhe duas, isso deixa os caras loucos”, brinca Mattos.

Mandado judicial

A família de Mattos possui um mandado judicial que proíbe qualquer empresa de telemarketing, cartão de crédito ou telefonia de entrar em contato com ele, porque se entrarem em contato, Mattos contrata mesmo.

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