REPORTAGEM ESPECIAL: Conheça as tristes histórias dos reservas do Pará

REPORTAGEM ESPECIAL: Conheça as tristes histórias dos reservas do Pará

Todo menino brasileiro sonha ou já sonhou em ser jogador de futebol. É inato ao garoto nascido no país do futebol. Contudo, os milhões de sonhadores sempre almejam obter os mesmos feitos de craques renomados como Neymar, Zidane, Ronaldo, Obina e Márcio Araújo. Mas a realidade é bem diferente. A esmagadora maioria não atinge o estrelato e acaba sofrendo para pagar as contas, passando longe de conquistar a fama dos grandes nomes do esportes.

Pior do que isso, alguns deles acabam se tornando reservas do Pará. Para muitos especialistas, no futebol atual, nada é mais humilhante do que isso. Paulo Vinicius Coelho, um dos maiores comentaristas do país, comentou que os jogadores temem assinar com o clube em que o Pará joga, já que o craque tem uma espécie de talismã que o impede de sair do time: “Por ser o único jogador ambidestro que é ruim com as duas, Pará já está sendo chamado de Acre (risos). Por isso é tão difícil aguentar a vida sendo reserva do Pará, um atleta que consegue atuar em todas as posições, mesmo sem ter acertado um passe em toda a carreira. Os atletas fogem dos clubes em que o Pará joga”, explicou.

Fomos conversar com alguns desses jogadores e seus familiares, para tentar entender como é viver sabendo que é considerado pior do que o Pará. O reserva imediato do jênio, o argentino Matías Rodrigues, não quis falar com o Olé do Brasil sobre o assunto. O motivo: vergonha. Entretanto, o pai do atleta, Ricardo Rodrigues, o Tristonho, conversou com a nossa equipe para explicar como é viver sabendo que colocou no mundo o reserva do Pará.

“Nenhum pai cria um filho para ser reserva do Pará. Se eu disser que sou feliz, estarei mentido e ninguém irá acreditar. É difícil a gente aceitar esse tipo de coisa, mas quando a gente vem ao mundo, ninguém garante que a vida será fácil”, disse, muito emocionado.

O Olé do Brasil viajou a Santos para conversar com antigos reservas de Pará no time da baixada. Um dos atletas topou falar com o microfone do Olé, mas quis ser identificado apenas como Bizarro. “Eu ainda consegui me reerguer, hoje tenho uma lojinha de camelô e toco a minha vida, mas muitos amigos meus, que acabaram sendo reservas do Pará por ele jogar em todas as posições, ou estão mortos, ou estão no mundo do crime, se drogando, matando, roubando”, explicou Bizarro.

Como Pará joga mal em todas as posições e nunca sai do time, todos os jogadores gremistas já foram reservas do craque um dia.

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